quinta-feira, 24 de abril de 2014

Detentos de São Pedro de Alcântara se formam no Pronatec

O complexo penitenciário de segurança máxima de São Pedro de Alcântara promoveu nesta quinta-feira, 24, a formatura de 31 detentos que concluíram o curso de eletricista instalador predial, dentro do Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec).

As aulas, que duraram quatro meses e foram ministradas por profissionais do Senai, têm como objetivo a capacitação e ressocialização dos internos para o mercado de trabalho.

Ainda neste semestre, devem ser iniciadas outras sete turmas dentro do Complexo, cada uma com 30 alunos (somando 210 vagas). Estão previstas duas turmas para cursos de padeiro, outras duas para instalação de refrigeração doméstica e três para cursos de pedreiros.

Veja reportagem da RIC TV, neste link:

http://ricmais.com.br/sc/jornal-do-meio-dia/videos/detentos-de-sao-pedro-de-alcantara-se-formam-no-pronatec/
Mudança no ECA garante maior convivência de presos com os filhos

A presidente Dilma Rousseff sancionou em 8 de abril a lei n° 12.962/2014, que faz alterações ao Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) para assegurar a convivência da criança e do adolescente com os pais privados de liberdade.

A legislação resulta do Projeto de Lei da Câmara (PLC) 58/2013, de iniciativa do executivo, e que em sua elaboração contemplou apontamentos feitos pelo projeto “Mães do Cárcere”, realizado desde 2011 pela Pastoral Carcerária, com apoio da Ouvidoria da Defensoria Pública de São Paulo.
Em 8 de março deste ano, a Ouvidoria já havia instituído a política institucional para atendimento às mulheres presas, visando assegurar a gestação segura e o exercício da maternidade durante o período da custódia penal, bem como a garantia dos direitos das suas crianças e adolescentes.

“Um desdobramento importante do projeto ‘Mães no Cárcere’ foi a concepção de projeto de lei (PLC 58/2013) que propõe alteração de dispositivos do ECA para garantir, expressamente, o direito à ampla defesa de rés e réus em processo de destituição do poder familiar que estejam privados de liberdade e também para garantir à criança o convívio familiar com mãe e pai eventualmente privados de liberdade.

O projeto, elaborado pela Pastoral Carcerária e apresentado ao Congresso Nacional pela Presidência da República, está em fase final de tramitação no Senado. A sua aprovação significará importante passo para o fortalecimento de políticas que priorizam o convívio familiar em detrimento da pena de prisão e de seus efeitos deletérios”, expressou, em nota pública, a Pastoral Carcerária, quando do lançamento da política institucional da Ouvidoria da Defensoria Pública de São Paulo.

As mudanças advindas com a nova lei
A lei n° 12.962/2014 altera alguns artigos do ECA. Agora, o Art.19 §4º aponta que “será garantida a convivência da criança e do adolescente com a mãe ou o pai privado de liberdade, por meio de visitas periódicas promovidas pelo responsável ou, nas hipóteses de acolhimento institucional, pela entidade responsável, independentemente de autorização judicial”.

No Art.23 §1º consta que “não existindo outro motivo que por si só autorize a decretação da medida, a criança ou o adolescente será mantido em sua família de origem, a qual deverá obrigatoriamente ser incluída em programas oficiais de auxílio”; e no mesmo artigo, §2º, lê-se que “a condenação criminal do pai ou da mãe não implicará a destituição do poder familiar, exceto na hipótese de condenação por crime doloso, sujeito à pena de reclusão, contra o próprio filho ou filha”.

Além disso, pela nova legislação, o Art. 161 §5º do ECA indica que “se o pai ou a mãe estiverem privados de liberdade, a autoridade judicial requisitará sua apresentação para a oitiva.”, fato que garantirá maior clareza na participação dos pais presos em possíveis processos de destituição de guarda dos filhos.

quarta-feira, 23 de abril de 2014

Começa mutirão carcerário do CNJ na Penitenciária de São Pedro de Alcântara

O Mutirão Carcerário do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), na Penitenciária de São Pedro de Alcântara, foi aberto nesta terça-feira (22/4).
A solenidade foi coordenada pelo presidente do Tribunal de Justiça (TJ/SC), desembargador Nelson Schaefer Martins, e contou com a presença do juiz auxiliar do CNJ Douglas de Mello Martins, que representou o presidente do Conselho, ministro Joaquim Barbosa, e do juiz Paulo Sorsi, do Tribunal de Justiça de São Paulo, indicado para coordenar os trabalhos, que devem acontecer até o dia 2 de maio.

Na abertura do mutirão, o presidente do TJSC colocou toda a estrutura do Judiciário Estadual à disposição da equipe do CNJ, e enfatizou que, assim como o Conselho, está comprometido com a garantia dos apenados, execução das penas e aplicação dos direitos fundamentais.
O juiz Douglas Mello, por sua vez, sublinhou a necessidade de reflexão, pela sociedade, sobre a rejeição por parte das comunidades à construção de unidades prisionais e sobre a necessidade de descentralização dessas instituições.

O juiz auxiliar elogiou o trabalho desenvolvido por magistrados de Santa Catarina, especialmente pelo juiz João Marcos Buch, da comarca de Joinville, que foi convocado e atuou no Mutirão Carcerário no Presídio Central de Porto Alegre. segundo o representante do Conselho, o relatório de Buch foi um dos mais detalhados e elaborados na história dos mutirões no país.
Ele também destacou o trabalho dos juízes Pedro Walicoski de Carvalho e Rodrigo Coelho Rodrigues, que também atuam na área de execução penal e em mutirões em Santa Catarina. 

Também presentes na abertura do mutirão o desembargador Jorge Schaefer Martins, representando o Grupo de Câmaras Criminais; os juízes assessores especiais da Presidência Sílvio Franco e Vitoraldo Bridi; e o coordenador de Magistrados, juiz Marcelo Pizolati, além de representantes do Ministério Público, OAB/SC, Defensoria Pública, Secretaria de Justiça e Cidadania e Departamento de Administração Penal - Deap.

Após o encerramento da solenidade, os trabalhos foram iniciados, com deslocamento do grupo de atuação para a Penitenciária de São Pedro de Alcântara.

Fonte: Tribunal de Justiça de Santa Catarina

segunda-feira, 14 de abril de 2014

Pastoral Carcerária de SC se reúne em Florianópolis

“Estive preso e viestes me visitar”. Com este propósito, na certeza de estar cumprindo o mandato de Jesus, a Pastoral Carcerária de Santa Catarina, esteve reunida no dia 5 de abril, no Convívio Emaús, em Florianópolis.

Representantes de sete das 10 dioceses que compõe a Regional Sul 4 da CNBB (Santa Catarina) participaram da reunião e colaboraram nas discussões sobre temas diversos que envolvem o trabalho da pastoral e as questões carcerárias.

Entre os assuntos, o comitê para prevenção de torturas; revista vexatória; voto do preso e cartilha de formação cristã no cárcere. Também foram discutidas a cartilha para a formação dos presos na pastoral; formação para novos agentes; Justiça restaurativa e visitas às dioceses por parte da coordenação estadual.

Durante a reunião foram repassadas as reflexões do encontro da Pastoral Carcerária Nacional com os coordenadores estaduais, realizada em Brasília, entre 20 e 23 de março. Ainda se tratou sobre os encaminhamentos da assembleia estadual da PCr, prevista para acontecer em setembro, na Diocese de Caçador.

“Ao final do encontro, percebemos a animação e a alegria de todos os participantes em poderem colaborar na construção de uma sociedade mais justa e mais humana. Também assumimos cada vez mais o desafio de sermos discípulos missionários de Jesus Cristo”, avaliou padre Almir José de Ramos, coordenador da PCR.
Encontro estadual debate política de saúde no sistema prisional

O Encontro Estadual de Gestores da Saúde e do Sistema Prisional realizado no auditório da Unisul, Pedra Branca, em Palhoça, na sexta-feira, 11, apresentou a nova política de saúde no sistema prisional brasileiro e sua adaptação em Santa Catarina.
 “Este encontro, com importante característica intersetorial, passa a ser uma referência para a saúde prisional de Santa Catarina porque demonstra a preocupação com um atendimento mais humanizado e focado no processo de ressocialização”, ressalta o secretário de Estado da Justiça e Cidadania, Sady Beck Junior.

Além de apresentar e difundir os termos legais da Política Nacional de Saúde do Sistema Prisional, instituída por meio da Portaria Interministerial Nº 01, de 02/01/14, o Encontro Estadual de Gestores também tem como objetivo dar continuidade ao planejamento para a adesão e efetiva atenção à saúde das unidades prisionais distribuídas pelos municípios.
 “Agora é o momento da sensibilização, cabe ao município decidir ou não pela adesão para podermos oferecer uma política de saúde de qualidade e de forma integral”, explica a gerente de apoio psiquiátrico do Deap, Juliana Coelho de Campos. Segunda ela, do total de 48 unidades prisionais, apenas oito possuem Unidades Básicas de Saúde (UBS).

A secretária da Saúde, Tânia Eberhardt, considerou o encontro um marco histórico para a saúde prisional e destacou a importância de cada um cumprir seu papel. “Com esse evento, elaborado por técnicos da Secretaria da Justiça e da Secretaria da Saúde, estamos excluindo uma página de empurra-empurra. O governo federal remunera melhor, o Estado pactua e cumpre seu papel de cidadania e justiça”, afirmou.


Também participaram do evento a secretária da Saúde do município de Blumenau, Maria Regina da Silva Soar, representando o Conselho de Secretários Municipais de Saúde (Cosems); Francisco Job Neto, representando a Coordenação Nacional de Saúde do Sistema Prisional do Ministério da Saúde; Mauricio Pessuto, procurador do Ministério Público Federal em Santa Catarina; desembargadora Salete Silva Sommariva, representando o Tribunal de Justiça de Santa Catarina (TJ-SC); Alexandre José Biem Neuber, da Ordem dos Advogados do Brasil/ SC, e Alexandre Takashima, juiz corregedor do TJ-SC.