quarta-feira, 28 de novembro de 2018

Páginas lidas, prisões vencidas!
Campanha arrecada livros para presídio feminino de Tubarão

Como parte do projeto “Empoderar mulheres é libertar: por Educação Integral, Arte e Trabalho”, o Instituto Federal de Santa Catarina, Campus Tubarão, deu início em novembro a uma campanha de doação de livros para o Presídio Feminino de Tubarão. As doações podem ser feitas ao longo de todo o mês de novembro.

O projeto realizado pelo Câmpus no Presídio Feminino de Tubarão faz parte do Programa Mulheres Sim do IFSC. Desde agosto, um grupo de reeducandas do presídio participa de um curso oferecido pelo IFSC, dividido em três módulos: Educação Integral e Habilidades Sociais; Arte e Cultura; e Mundo do trabalho e empreendedorismo. Além de oficinas de montagem de bijuterias, há a previsão de uma mostra no encerramento do projeto. Clique aqui para saber mais sobre o projeto.

Com o título “Páginas lidas, prisões vencidas”, a campanha de arrecadação de livros é uma das ações realizadas no projeto. “É uma campanha para arrecadar livros em bom estado. Obras clássicas, literárias, científicas ou filosóficas. O objetivo é incentivar a leitura, ampliar horizontes e também contribuir com a remição de pena”, explica Juliana Espíndola, coordenadora do projeto.


A remição de pena por leitura de livros é prevista na legislação penal brasileira e recomendada pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) como atividade complementar no sistema prisional. A pessoa presa tem de 22 a 30 dias para a leitura de uma obra, apresentando ao final do período uma resenha. Cada obra lida possibilita a remição de quatro dias de pena, com limite de 12 livros por ano.

segunda-feira, 19 de novembro de 2018

Condenados terão acesso à Justiça Restaurativa

Para interromper o ciclo de delinquência da massa carcerária de Santa Catarina, 20 condenados da Penitenciária de Florianópolis participarão do projeto-modelo da Justiça Restaurativa, do Tribunal de Justiça de Santa Catarina (TJ/SC), a partir do primeiro semestre de 2019.
O programa consiste em unificar o trabalho de diferentes instituições do poder público e da sociedade civil para que o apenado tome consciência dos problemas gerados pela violência para sua família, sua comunidade e a si próprio.
A apresentação do projeto de implantação inicial acontece no dia 23 de novembro, às 14h, no Complexo da Agronômica, com a presença dos coordenadores, os magistrados Alexandre Takaschima e Brigitte Remor de Souza May, além de outras autoridades.



Instituída pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ), a Justiça Restaurativa usa como premissa a tese de que um ato violento não tem início no momento em que ele é praticado.
"O projeto-piloto no sistema prisional é uma proposta de agregar a cultura da paz e da comunicação não-violenta aos demais programas já realizados no Complexo Prisional da Agronômica, como por exemplo o da educação. A proposta é a utilização de círculos de construção de paz para transformação dos conflitos, por meio de reparação às vítimas e autorresponsabilização do ofensor, com a participação dos familiares e da comunidade", explica o juiz Alexandre Takaschima.

O magistrado acredita que é possível criar melhores condições para o retorno do preso ao convívio social. Isso porque a Justiça Restaurativa trabalha novas formas de relacionamento pelo diálogo, com a participação de familiares, pessoas de apoio e referências, além da comunidade, e com foco na reparação dos danos e necessidades das vítimas. Segundo Takaschima, não se trata de projeto para ser aplicado a todos os presos, pois exige voluntariedade, responsabilização pelos danos causados e reparação às vítimas.

Após a apresentação, o próximo passo é a assinatura dos termos de parceria entre as entidades que prestarão apoio ao projeto e o TJSC. A coordenadora de projetos sociais da Ação Social da Trindade, assistente social Dyana Ayres dos Santos Carvalho, lembra que inicialmente apenas os condenados do regime fechado terão acesso ao programa. "Após a assinatura dos termos, as pessoas envolvidas serão qualificadas na Academia Judicial", informa.

O Complexo da Agronômica, na capital catarinense, reúne cinco unidades prisionais que juntas têm quase 2,5 mil detentos. Desses presos, 1,4 mil estão na Penitenciária de Florianópolis, mas somente 20 serão selecionados para o projeto-piloto. A intenção é que o projeto alcance as 50 unidades prisionais do Estado.

Para o agente prisional Jannynffer Nazário, responsável pelo setor de educação da Penitenciária da Capital, a metodologia da Justiça Restaurativa terá três linhas de atuação. "Vamos trabalhar na progressão de pena dos condenados, sempre com o prazo de seis meses antes da concessão do direito, na aplicação das medidas disciplinares dentro do sistema e com os servidores, em encontros fora das unidades prisionais", destaca. Inicialmente, serão dois encontros por mês, a partir do primeiro semestre de 2019.

Autoridades presentes:
Alexandre Takaschima - coordenador do projeto, juiz de direito do TJ/SC;
Brigitte Remor de Souza May - coordenadora do projeto, juíza de direito do TJSC;
Micheli Polippo - juíza da 7ª Vara Federal de Santa Catarina;
Daniel Cestari - defensor público da União;
Rafael Condé - juiz titular da Vara de Execuções Penais da comarca da Capital/SC;
Emerson Feller - juiz interino da Vara de Execuções Penais da Capital/SC;
Maurici Cesar - presidente da Associação dos Agentes Penitenciários e de Segurança Socioeducativa;
Frei Evandro - gestor da Ação Social da Trindade.

(Fonte: site do TJ/SC)


TJ/SC anuncia projeto de diálogo e acompanhamento de presos da Penitenciária de Florianópolis

Unidade escolherá 20 detentos que conversarão com voluntários sobre os crimes cometidos. Objetivo é reflexão do apenado e prepará-lo para progressão de regime.

O Tribunal de Justiça de Santa Catarina (TJ/SC) anunciou a implantação futura de um projeto de justiça restaurativa, em que 20 presos da Penitenciária de Florianópolis participarão de um programa de diálogo com voluntários. O objetivo é que eles reflitam sobre os crimes cometidos e que estejam melhor preparados para a progressão de regime.

O projeto surgiu de uma resolução do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Os 20 presos que participarão do programa serão escolhidos pela própria penitenciária. Eles serão do regime fechado e começarão no projeto no primeiro semestre do ano que vem.

A participação é voluntária, conforme o juiz Alexandre Takaschima, que integra o projeto. O preso receberá um convite. Caso ele não aceite, outro será convidado.

Projeto
No programa, os presos ouvirão relatos de voluntários, que podem ser familiares, agentes penitenciários ou pessoas da comunidade. A ideia é mostrar ao detento como a violência causada afeta a sociedade. "O olhar é principalmente para o futuro, o que cada um pode fazer. A partir do crime, o que se pode fazer para que no futuro se transforme o conflito anterior em algo positivo", disse o juiz.

Os diálogos, chamados de círculos de construção da paz, são mediados por dois facilitadores, formados em cursos feitos em 2017. Eles são voluntários e foram escolhidos através de audiências públicas feitas no ano passado.

A princípio, serão feitos dois encontros por mês. O projeto também vai monitorar se os compromissos feitos pelos presos estão sendo cumpridos. O juiz explicou que, espontaneamente, os detentos assumem objetivos para eles próprios, como voltar a estudar, largar um vício ou se profissionalizar. "Nada é imposto, mas o círculo fiscaliza o que foi dito", disse o magistrado.

Como esses diálogos, a ideia é preparar os presos para uma progressão para o regime semiaberto. Esse tipo de trabalho já é feito com adolescentes internados em Lages, na Serra catarinense, onde eles são preparados para a semiliberdade.

Além da Justiça, o projeto ocorre com a participação de várias instituições, como a Defensoria Pública, Ordem dos Advogados do Brasil, universidades e secretarias estaduais.

(Fonte: Portal G1/SC)