Apac já está
sendo construída em Florianópolis
As
obras de construção da Associação de Proteção e Apoio ao Condenado (Apac) estão
em ritmo avançado, em Florianópolis.
O
local está sendo construído na sede da Pastoral Carcerária, ao lado da
Penitenciária da Agronômica, na Capital.
Serão
dois pavimentos: térreo, mais um andar. Ali haverá um local para abrigar os
presos, oficinas para a produção de próteses dentárias e de fraldas
geriátricas, além de um centro odontológico.
O
sistema Apac é um modelo prisional que recupera o preso e que tem um índice
ínfimo de reincidência e já funciona exemplarmente em vários estados, como
Minas Gerais, São Paulo e Rio de Janeiro.
A Apac no Estado foi formalizada, em 2014, quando foi
aprovado na Assembleia Legislativa de Santa Catarina o projeto de Lei
155.8/2014, transformado na Lei 16.539 sancionada em 23 de dezembro.
Tem apoiadores no Tribunal de Justiça de Santa Catarina, entre
elas, a desembargadora Deise Somariva e o juiz da Vara de Execuções Penais
Alexandre Takashima. Há adeptos do novo método também na OAB/SC, segmentos da
Igreja Católica, Ministério Público do Estado e entidades civis.
A
Apac se baseia nos conceitos de autodisciplina, objetivando a recuperação e
reinserção social através da valorização
humana. A direção da unidade prisional fica a cargo de um voluntário,
escolhido pelo Conselho da Apac, que também contrata funcionários para serviços
administrativos.
O poder público cede o espaço físico, que pode ser junto às penitenciárias ou em outro local, e arca com as despesas gerais, como luz e alimentação.
O poder público cede o espaço físico, que pode ser junto às penitenciárias ou em outro local, e arca com as despesas gerais, como luz e alimentação.
Embora
não existam agentes prisionais, a disciplina, fiscalizada pelos próprios
presos, é rigorosa, com atividades entre 7h e 21h: todos trabalham e estudam,
além de realizar a limpeza e preparar a comida.
Quem não se adequar, volta para a penitenciária convencional. Para ingressar na Apac, o preso já condenado deve ter interesse em participar e receber autorização judicial.
Quem não se adequar, volta para a penitenciária convencional. Para ingressar na Apac, o preso já condenado deve ter interesse em participar e receber autorização judicial.
Em
Minas Gerais, o modelo funciona há 17 anos, numa parceria entre o Tribunal de
Justiça, o Ministério Público e o governo do Estado. Existem 33 Apacs em
funcionamento, com 2 mil presos. Em cada uma delas há cerca de 150 detentos.
Os
benefícios são muitos: enquanto a reincidência média no país é de quase 80%, no
sistema Apac, não ultrapassa os 10%. O custo de uma unidade Apac é 65% menor
que uma convencional.
O motivo? Não é necessário construir grandes penitenciárias com enormes muros e sistemas de monitoramento, além de dispensar agentes penitenciários. No atual sistema, cada preso custa ao Estado em torno de quatro salários mínimos por mês. Na Apac, custa um e meio.
O motivo? Não é necessário construir grandes penitenciárias com enormes muros e sistemas de monitoramento, além de dispensar agentes penitenciários. No atual sistema, cada preso custa ao Estado em torno de quatro salários mínimos por mês. Na Apac, custa um e meio.
Confira
reportagem sobre a Apac em Santa Catarina:
http://ndonline.com.br/florianopolis/noticias/277550-cadeia-sem-agentes-prisionais-armas-e-algemas-comeca-a-ser-implantada-em-santa-catarina.html