Prática da Justiça Restaurativa se expande nos
tribunais brasileiros
Em funcionamento há cerca de 10 anos
no Brasil, a prática da Justiça Restaurativa tem se expandido. Conhecida como
uma técnica de solução de conflitos que dá preferência à criatividade e
sensibilidade na atenção às vítimas e ofensores, a prática tem iniciativas cada
vez mais diversificadas e já coleciona resultados positivos.
Em São Paulo, a Justiça Restaurativa
tem sido utilizada em dezenas de escolas públicas e privadas, auxiliando na
prevenção e no agravamento de conflitos. No Rio Grande do Sul, juízes aplicam o
método para auxiliar nas medidas socioeducativas cumpridas por adolescentes em
conflito com a lei, conseguindo recuperar para a sociedade jovens que estavam
cada vez mais entregues ao caminho do crime.
No Distrito Federal, o programa é
utilizado em crimes de pequeno e médio potencial ofensivo, além dos casos de
violência doméstica. Na Bahia e no Maranhão, o método tem solucionado os crimes
de pequeno potencial ofensivo, sem a necessidade de prosseguir com processos
judiciais.
Pioneiro na implantação do método, o
juiz Asiel Henrique de Sousa, do Tribunal de Justiça do Distrito Federal explica
como funciona essa prática e compartilha alguns bons resultados da aplicação da
Justiça Restaurativa no Distrito Federal.
Leia a entrevista com o juiz Asiel de
Sousa:
O que significa Justiça Restaurativa?
Costumo dizer que Justiça
Restaurativa é uma prática que está buscando um conceito. Em linhas gerais
poderíamos dizer que trata-se de um processo colaborativo voltado para
resolução de um conflito caracterizado como crime, que envolve a participação
maior do infrator e da vítima. Surgiu no exterior, na cultura anglo-saxã. As
primeiras experiências vieram do Canadá e da Nova Zelândia e ganharam
relevância em várias partes do mundo. Aqui no Brasil ainda estamos em caráter
experimental, mas já está em prática há dez anos. Na prática existem algumas
metodologias voltadas para esse processo. A mediação vítima-ofensor consiste
basicamente em colocá-los num mesmo ambiente guardado de segurança jurídica e
física, com o objetivo de que se busque ali um acordo que implique na resolução
de outras dimensões do problema que não apenas a punição, como, por exemplo, a
reparação de danos emocionais.
Quem faz a Justiça Restaurativa?
Não é o juiz que faz a prática, e sim
o mediador que faz o encontro entre vítima e ofensor e eventualmente as pessoas
que as apoiam. Apoiar o ofensor não significa apoiar o crime, e sim apoiá-lo no
plano de reparação de danos. Nesse ambiente se faz a busca de uma solução que
seja aceitável. Não necessariamente o mediador precisa ter formação jurídica,
pode ser por exemplo uma assistente social.
Leia matéria completa em: http://www.conjur.com.br/2015-jan-05/pratica-justica-restaurativa-expande-tribunais-brasileiros