terça-feira, 19 de maio de 2015

Justiça restaurativa
Facilitadores aprendem métodos de reconciliação

Voluntários da Pastoral Carcerária participam de curso que visa ao perdão entre agressor e vítima

Para incentivar a justiça restaurativa em Santa Catarina, a Pastoral Carcerária ofereceu a segunda etapa de capacitação da primeira turma de candidatos a facilitadores da Escola Perdão e Reconciliação (Espere), na cidade de Mafra, entre 6 e 9 de maio.
A irmã Imelda Maria Jacoby, coordenadora da Pastoral no Rio Grande do Sul, apresentou os módulos do programa Espere. Os 26 agentes da pastoral, das dioceses de Joinville, Chapecó, Florianópolis e Lages, também recapitularam os fundamentos da justiça restaurativa apresentadas na primeira etapa, realizada em outubro de 2013.

Espere é um processo pedagógico em que participantes reinterpretam um acontecimento doloroso de seu passado, recente ou antigo, para superar a dor e os sentimentos de rancor e vingança.
Os facilitadores guiam o grupo de até 20 pessoas em dois momentos. O primeiro é dedicado ao processo de perdão (seis módulos) e o segundo, ao de reconciliação (quatro módulos).

Enquanto ainda não podem atuar como facilitadores, os agentes “assumiram a missão de divulgarem em suas comunidades, nos presídios, trabalho, escola e a praticar os ensinamentos aprendidos no curso de fundamentos da Justiça Restaurativa”, explicou a agente de comunicação da Pastoral, Aline Ribeiro de Mello.
Depois de concluírem a capacitação de 80h/aula, eles passarão por uma avaliação de perfil antes de receberem habilitação de facilitadores do programa.

Esta é uma das estratégias adotadas pela Pastoral Carcerária em apoio à Justiça Restaurativa, que consiste na mediação do conflito entre vítima e ofensor. No mesmo ambiente, com segurança jurídica e física, com auxílio de um mediador, ambos buscam uma solução aceitável para a reparação dos danos causados.

A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, em 2014, pediu, através de uma nota, que as autoridades levassem “a sério a justiça restaurativa, proposta pela ONU, e a Escola de Perdão e Reconciliação (Espere), defendida pela Pastoral Carcerária, como alternativas à política de encarceramento em vigor no país”. Na ocasião, a entidade avaliou que o sistema carcerário está falido e apontou a urgência de uma reforma.
Nova turma
A Pastoral Carcerária divulgou o início de uma nova capacitação do programa Espere. A primeira etapa está prevista para os dias 21 a 25 de outubro de 2015 em local a ser definido.





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