segunda-feira, 19 de novembro de 2018


TJ/SC anuncia projeto de diálogo e acompanhamento de presos da Penitenciária de Florianópolis

Unidade escolherá 20 detentos que conversarão com voluntários sobre os crimes cometidos. Objetivo é reflexão do apenado e prepará-lo para progressão de regime.

O Tribunal de Justiça de Santa Catarina (TJ/SC) anunciou a implantação futura de um projeto de justiça restaurativa, em que 20 presos da Penitenciária de Florianópolis participarão de um programa de diálogo com voluntários. O objetivo é que eles reflitam sobre os crimes cometidos e que estejam melhor preparados para a progressão de regime.

O projeto surgiu de uma resolução do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Os 20 presos que participarão do programa serão escolhidos pela própria penitenciária. Eles serão do regime fechado e começarão no projeto no primeiro semestre do ano que vem.

A participação é voluntária, conforme o juiz Alexandre Takaschima, que integra o projeto. O preso receberá um convite. Caso ele não aceite, outro será convidado.

Projeto
No programa, os presos ouvirão relatos de voluntários, que podem ser familiares, agentes penitenciários ou pessoas da comunidade. A ideia é mostrar ao detento como a violência causada afeta a sociedade. "O olhar é principalmente para o futuro, o que cada um pode fazer. A partir do crime, o que se pode fazer para que no futuro se transforme o conflito anterior em algo positivo", disse o juiz.

Os diálogos, chamados de círculos de construção da paz, são mediados por dois facilitadores, formados em cursos feitos em 2017. Eles são voluntários e foram escolhidos através de audiências públicas feitas no ano passado.

A princípio, serão feitos dois encontros por mês. O projeto também vai monitorar se os compromissos feitos pelos presos estão sendo cumpridos. O juiz explicou que, espontaneamente, os detentos assumem objetivos para eles próprios, como voltar a estudar, largar um vício ou se profissionalizar. "Nada é imposto, mas o círculo fiscaliza o que foi dito", disse o magistrado.

Como esses diálogos, a ideia é preparar os presos para uma progressão para o regime semiaberto. Esse tipo de trabalho já é feito com adolescentes internados em Lages, na Serra catarinense, onde eles são preparados para a semiliberdade.

Além da Justiça, o projeto ocorre com a participação de várias instituições, como a Defensoria Pública, Ordem dos Advogados do Brasil, universidades e secretarias estaduais.

(Fonte: Portal G1/SC)

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