A Pastoral Carcerária tem por objetivo realizar o diálogo com a Sociedade a fim de promover uma consciência coletiva comprometida com a vida e a dignidade da pessoa humana. Entre as mais diversas atividades, citamos: participação em debates e publicação de matérias na imprensa; apoio jurídico e social às famílias de presos e presas; acompanhamento de denúncias de violação de direitos humanos; entre muitas outras.
segunda-feira, 21 de dezembro de 2015
Mais de 1,5 mil presos recebem autorização para
saída temporária no Natal e Ano novo em SC
Ao menos 1.587 apenados receberam autorização
judicial para saída temporária neste final de ano em Santa Catarina (no ano
passado foram 1.529). Mas este número poderá ser alterado por que o sistema de
Informações Penais (Ipen-SC) irá liberar gradualmente demais registros. As
saídas estão previstas a partir de 21 de dezembro e o retorno a partir de 3 de
janeiro de 2016.
A permissão de saída temporária segue a Lei
de Execução Penal (7.210/84) e ocorre normalmente em datas como o Natal, Páscoa
e Dia das Mães. (...)
Diferença entre indulto e saída
É importante ressaltar que a saída temporária
é um benefício diferente do indulto natalino, ela é direcionada ao preso do
regime semiaberto, que possui bom comportamento e tempo de cumprimento da pena,
tem um prazo de sete dias e é autorizada pelo Juiz da Execução Penal
responsável pela Comarca aonde o sentenciado cumpre pena e não há distinção
pelo tipo de crime cometido, conforme artigo 120 da Lei de Execução Penal
(LEP).
Já o indulto é o perdão da pena imposta ao sentenciado
que se enquadre nas normas pré-estabelecidas pelo Conselho Nacional de Política
Criminal e Penitenciária (CNPCP), do Ministério da Justiça, e é expedido na
época da comemoração de Natal. Destina-se a um grupo indeterminado de
condenados e é delimitado pela natureza do crime e quantidade da pena aplicada,
além de outros requisitos que o diploma legal pode estabelecer.
O indulto é um benefício coletivo e
espontâneo, de competência exclusiva da Presidência da República, ou seja, no
exercício da competência privativa que lhe confere o art. 84, inciso XII, da
Constituição. O benefício extingue a pena ao condenado (em condições de
merecimento), como forma de permitir sua reintegração à sociedade. Permanecem,
no entanto, os efeitos do crime que cometeu, uma vez que ele não retornará à
condição de primário.
A previsão para a sanção da presidente é para
os dias 30 ou 31 de dezembro de 2015.
Saídas Temporárias
Araranguá – 42
Barra Velha – 8
Biguaçu – 6
Blumenau- 141
Brusque - 5
Caçador – 36
Campos Novos – 1
Chapecó (penitenciária) – 219
Chapecó – (presídio) – 15
Concórdia – 23
Criciúma- (penitenciária) – 39
Criciúma- (presídio) – 113
Curitibanos- (penitenciária) – 227
Florianópolis (HCTP) - 1
Florianópolis (penitenciária) – 4
Florianópolis (presídio feminino) – 2
Florianópolis (presídio masculino) – 1
Imbituba – 3
Indaial – 7
Itajaí (penitenciária) – 130
Itajaí (presídio masculino) – 28
Itapema - 8
Jaraguá do Sul - 53
Joaçaba - 30
Joinville - (penitenciária) – 10
Joinville - (presídio) – 20
Lages (presídio regional) – 5
Laguna – 7
Mafra - 33
Palhoça - 174
Porto União - 15
Rio do Sul - 17
São José do Cedro - 3
São Pedro de Alcântara - 8
Tijucas - 19
Tubarão (masculino) – 94
Tubarão (feminino) – 12
Xanxerê - 28
Total-
1.587
(Fonte: site Governo de SC)
quinta-feira, 17 de dezembro de 2015
Santa Catarina adere à política federal
de saúde mental para apenados
de saúde mental para apenados
O corregedor-geral do Tribunal de Justiça de
Santa Catarina, desembargador Luiz Cézar Medeiros, coordenou nesta
quarta-feira, 14/12, reunião que culminou com a assinatura por secretários
estaduais do termo de adesão de Santa Catarina às Portarias Nº 94 e 95/2014 do
Ministério da Saúde.
Tais portarias instituem o serviço de
avaliação e acompanhamento de medidas terapêuticas aplicáveis a pessoas com
transtorno mental em conflito com a lei, no âmbito do Sistema Único de Saúde.
Caberá
ao Judiciário regulamentar e prestar informações à equipe interdisciplinar de
profissionais que desenvolverão as atividades com os enfermos apenados.
A comissão de trabalho, que é composta de
representantes do Tribunal de Justiça; Ministério Público Estadual e Federal;
Conselho das Secretarias Municipais de Saúde; Defensorias Públicas do Estado e
da União; e Secretarias de Justiça e Cidadania, de Saúde e de Assistência
Social, elaborou um plano de ação, apresentado na reunião, em que destacou
todos os pontos necessários para viabilizar a estrutura, que visa a focar nos
atendimentos ambulatoriais em detrimento das internações.
O
desembargador Luiz Cézar Medeiros expressou sua preocupação com a situação dos
detentos com problemas mentais que cumprem pena nos hospitais de custódia,
ressaltando a problemática que gira em torno da indiferença das famílias em
relação a eles, já que muitos, após serem soltos, não têm para onde ir e nem a
quem recorrer, mantendo-se no cárcere.
"Se o preso comum tem várias opções de
projetos que ajudam na sua reinserção posterior na sociedade, por que não
podemos ter novos caminhos para as pessoas em sofrimento mental que cometeram
delito?", questionou o corregedor. "Nós queremos outras alternativas
que não a cadeia", finalizou.
O
termo de compromisso foi assinado pelo médico Murilo Capela, adjunto da
Secretaria de Estado e Saúde que representava o secretário, João Paulo
Kleinubing; Ada de Luca, secretária de Justiça e Cidadania; e Geraldo Althoff,
secretário de Assistência Social.
O documento assinado será encaminhado para o
Ministério da Saúde. Além do corregedor e representantes dos diversos órgãos
participantes, estavam presentes na reunião o juiz-corregedor Alexandre Takaschima
e a assistente social Adriana Moresco - que representa o Tribunal de Justiça no
grupo de trabalho que elaborou o plano de ação -, ambos do Núcleo V da
Corregedoria, responsável pela área de Direitos Humanos.
(Fonte:
site do TJ/SC)
quarta-feira, 18 de novembro de 2015
SC negocia criação de unidade penal
sem agentes prisionais e algemas
A implantação em
Florianópolis da primeira unidade penal sem agentes prisionais armados e
algemas, administrada por voluntários e pelos próprios presos, está cada vez
mais perto da realidade.
Falta definir apenas
local, com chances de o projeto experimental ser adotado já a partir de 2016,
provisoriamente, nas instalações da Pastoral Carcerária e da Pastoral
Carcerária e da Associação Beneficente São Dimas, junto ao Complexo Prisional
da Trindade.
A intenção é começar com
presos mantidos nas oficinas profissionalizantes e serigrafia Estampa Livre.
Veja a reportagem
completa abaixo ou no seguinte link:
http://ndonline.com.br/florianopolis/noticias/292896-estado-negocia-criacao-de-unidade-penal-sem-agentes-prisionais-e-algemas-no-complexo-da-trindade.html
quinta-feira, 12 de novembro de 2015
Justiça sobe o morro
para pregar a
conciliação entre vítimas e algozes
conciliação entre vítimas e algozes
A Justiça subiu o morro. O Tribunal de Justiça e Instituto Padre Vilson
Groh, entre outras instituições parceiras, abriram em 11 de novembro, na
Capital, o seminário internacional "Justiça Restaurativa em Debate:
Fundamentos e Experiências".
O evento aconteceu, de forma inédita, em ambiente localizado nos altos
da rua General Vieira da Rosa, no antigo Morro da Caixa, rebatizado de Mont
Serrat.
O juiz-corregedor Alexandre Takaschima, um dos organizadores, explica
que o objetivo de realizar o evento longe de seus tradicionais domínios é
tentar "horizontalizar" as relações entre comunidades que convivem
diretamente com os efeitos da criminalidade e os integrantes das instituições
governamentais com atuação e responsabilidade na área.
Plateia
acompanhou atenta palestra inaugural (Foto:
Assessoria do TJ/SC)
Diferente dos morros cariocas, contudo, onde estrangeiros circulam como
turistas no jardim zoológico, especialistas americanos e canadenses vão estar
na comunidade do Maciço do Morro da Cruz nos próximos dias para discutir o
futuro da Justiça Restaurativa.
A iniciativa prega a possibilidade de se aplicarem soluções
extrajudiciais para conflitos na área penal, de modo a fugir do modelo ortodoxo
baseado apenas na punição.
A ideia é promover a restauração da situação que envolveu um ato
criminoso sob o ângulo não só da vítima como também do autor do delito, e da
sociedade em que ambos estão inseridos.
A estratégia da organização do seminário é unir teoria a prática, com o
primeiro dia dedicado à formação teórica e, nos demais, oficinas e outras
atividades que mostrarão, na prática, com funciona a Justiça Restaurativa.
O padre Vilson Groh destaca que a Justiça Restaurativa cria alternativas
ao processo de encarceramento. "A Justiça do Brasil é muito
punitiva", opina. Ele acrescenta que é preciso recuperar os danos no
contexto em que o delito ocorre, de maneira que seja possível atender a todos
que sofreram com ele no seio da comunidade.
A professora Mery Terra, presidente da Associação dos Moradores do Alto
Caieira, exaltou o momento de lucidez em que as instituições públicas dão a
largada para estar presentes nas comunidades e nos morros.
Lembrou que fazer a abertura de um evento internacional no centro de uma
comunidade com poucos recursos é inédito e ajuda a resgatar a dignidade das
pessoas que ali moram.
No total, foram selecionados 50 representantes de sete comunidades da
Grande Florianópolis para participar dos debates e contar suas experiências.
Durante a abertura dos trabalhos, crianças e adolescentes do Mont Serrat
fizeram apresentações musicais embalados por uma banda local.
Banda de jovens locais abrilhantou evento (Foto: Assessoria do TJ/SC)
(Fonte: site do TJ/SC)
quinta-feira, 5 de novembro de 2015
Presos concluem o Curso de Confeiteiro, na Capital
Dezessete presos da Penitenciária de Florianópolis
se formaram no Curso de Confeiteiro. A capacitação profissional foi oferecida
pelo Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec)
Eles receberam um certificado reconhecido pelo
Ministério da Educação e todos já trabalham na cozinha da unidade.
O curso de Confeiteiro teve carga horária de 220
horas/aulas, com duração aproximada de seis meses, e foi ministrado por
profissionais do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai-SC).
Criado em 2011, o programa de qualificação do
governo federal vem capacitando os presos em Santa Catarina desde 2013, com a oferta
de 70 cursos.
Além do curso de Confeiteiro, já foram concluídos
na Penitenciária Estadual os cursos profissionalizantes para Operador de
Computador, Eletricista Predial e Instalador de Refrigeração.
Para participar dos cursos os detentos passam por
uma comissão técnica de classificação que envolve avaliações por psicólogos e
assistentes sociais.
sexta-feira, 16 de outubro de 2015
Integração entre mães e filhos no
Presídio Feminino da Capital
Filhos de detentas do Presídio Feminino da Capital ganharam livrinhos de colorir, confeccionados pela Gráfica do Tribunal de Justiça. A entrega foi durante festinha em homenagem ao Dia das Crianças.
Muito mais do que oferecer
um presente, um pedaço de bolo ou refrigerante, a ideia foi aproximar as
crianças das mães, bem como as detentas de suas próprias mães, já que são as
avós que, na maioria das vezes, trazem os netos.
"A importância deste
momento é fazer com que as presas não se sintam sós, que saibam que alguém se
preocupa com elas, que existe uma família que se importa e está ali a fim de
apoiá-las, para futuramente serem reinseridas na sociedade", destacou a
desembargadora Salete Sommariva, titular da Coordenadoria de Execução Penal e
Combate à Violência Doméstica contra a Mulher (Cepevid).
A assessora especial da Presidência do Tribunal de Justiça Wania Kamienski vestiu-se de palhaço para fazer a alegria das crianças que, timidamente, pegavam seus brindes e retornavam para o colo da mãe. O lanche foi todo preparado pela cozinha do presídio.
Para as detentas, a festa foi "uma oportunidade a mais" de estar com os filhos, já que esses encontros acontecem apenas nos dias de visita, uma vez por semana. "Nós nunca temos esta integração com nossos filhos e família, é muito bom poder oferecer e viver isso com nossos filhos", disse uma das detentas.
(Fonte: site do TJ/SC)
sexta-feira, 2 de outubro de 2015
Mato Grosso inicia conciliação virtual
entre presos
e suas famílias
O Tribunal de Justiça do Mato Grosso
deu início a um projeto que permite presos e suas famílias solucionarem
demandas cíveis por meio de acordo consensual, sem a necessidade de
judicializar o conflito. A negociação é feita por videoconferência.
Dos quase 280 presos da comarca, 50
possuem demandas cíveis que serão submetidas à mediação virtual. O projeto foi
idealizado pelo juiz Anderson Candiotto. “Com a técnica, conseguimos
resolver conflitos na esfera cível que antes teriam que ser judicializados pela
impossibilidade de o estado custear uma escolta para transportar o preso a um
centro de conciliação”, conta.
Segundo o juiz, além de poupar a
máquina judiciária, outro benefício da iniciativa é a oportunidade dada
à pessoa presa de participar, por exemplo, de decisões acerca da guarda de
seus filhos, o que não seria possível judicialmente, já que o processo teria
que correr à sua revelia. A adesão das partes ao projeto é voluntária.
A mediação realizada dentro do
presídio pelo TJ-MT segue a tendência de informatização do Judiciário
brasileiro. Já é realidade em diversos estados a realização de
audiências por meio virtual de réus presos.
Um exemplo disso é o projeto
Conciliação sem Fronteiras, idealizado pelo defensor público Cassio Bitar
Vasconcelos, do Pará. Criada em 2012, a prática promove via internet a solução
de conflitos entre pessoas de comarcas distintas e que não teriam como sair de
suas cidades para comparecer a uma audiência em outra localidade, seja por
problemas de saúde ou financeiro. A iniciativa já foi reconhecida pelo
Prêmio Conciliar é Legal, do Conselho Nacional de Justiça.
Fonte: Revista Conjur
quarta-feira, 23 de setembro de 2015
Reportagem
do Jornal Notícias do Dia (23/9/2015)
Unidade
prisional sem armas e algemas recebe sinal verde para ser construída em
Florianópolis
Desembargadora, juiz Luís, secretária e diretores do Deap
visitaram instalações da Pastoral Carcerária
http://www.ndonline.com.br/florianopolis/noticias/283763-unidade-prisional-sem-armas-e-algemas-recebe-sinal-verde-para-ser-construida-em-florianopolis.html
segunda-feira, 24 de agosto de 2015
Reportagem do Jornal Notícias do Dia mostra os benefícios das
Apacs
Jornalistas acompanharam
os voluntários da Pastoral Carcerária de Florianópolis que fizeram visita à
Apac de Minas Gerais.
Confira neste link:
quarta-feira, 1 de julho de 2015
Conter o poder punitivo -
Alternativas ao
encarceramento em massa
O direito penal deve ser forjado como uma
forma de resistência contra os impulsos autoritários de vingança
instrumentalizados pelo poder punitivo.
Não é mais possível pensar o direito penal de
forma desassociada de seus resultados.
Conforme aponta Raúl Zaffaroni, ministro
aposentado da Suprema Corte Argentina, cabe aos juristas – especialmente
àqueles envolvidos com a área criminal – o papel de conter o sistema punitivo:
o direito penal deve ser forjado como uma forma de resistência, vinda desde o
sistema jurídico constitucional, contra os impulsos autoritários de vingança
instrumentalizados pelo poder punitivo.
Nesse sentido, é preciso reconhecer que o
Brasil vive um processo de encarceramento em massa, com resultados altamente
danosos para nossa sociedade. Ele se manifesta, entre outras formas, a partir
de mecanismos de reprodução de opressões e tratamento desigual oferecido pelo
sistema de justiça criminal aos diferentes grupos e parcelas da população. As
ferramentas de seletividade penal consideram especialmente clivagens de renda,
classe social e cor, conforme bem apontado no “Mapa do Encarceramento – Os
Jovens do Brasil”. (...)
O Levantamento indica ainda o baixíssimo
acesso a direitos básicos no sistema prisional, como educação e saúde. Somente
11% dos presos têm acesso a educação e apenas 16% têm acesso a trabalho, o que
parece ser consequência da óbvia incapacidade da administração prisional dos
Estados em prover serviços adequados para um público que cresce
exponencialmente.
Os presos são negros (67%), jovens (56%) e
pouco alfabetizados (80% estudou no máximo até o ensino fundamental). Chama a
atenção também o elevado número de presos sem condenação, que aguardam detidos
o julgamento de seu processo: são mais de 250 mil pessoas privadas de liberdade
nessa situação, em unidades superlotadas (quase dois presos para cada vaga disponível)
e sem destinação exclusiva (89% dos estabelecimentos para presos provisórios
abrigam também presos já condenados). A
esse respeito, conforme tenho defendido, não há presos provisórios, cautelares
ou preventivos – há presos inocentes. São presos inocentes que aguardam tempo
demais o julgamento de seu processo (60% estão presos há mais de 90 dias) em
celas superlotadas, sem acesso a direitos básicos e cumprindo pena
antecipadamente.
Vivemos um cenário trágico, assistido de
camarote pela comunidade jurídica que, no mais das vezes, limita-se a discutir
aspectos teóricos da “ciência” do direito, complemente afastados da dura
realidade que resulta em mais de 600 mil presos no país e dos mecanismos de
política criminal que os oprime.
Leia o artigo completo no seguinte link:
http://cartamaior.com.br/?/Editoria/Principios-Fundamentais/Conter-o-poder-punitivo-alternativas-ao-encarceramento-em-massa/40/33871
terça-feira, 30 de junho de 2015
Inaugurada
sala de videoaudiência no Presídio de Itajaí
Um passo importante na modernização do
sistema de Justiça em Santa Catarina. Foi inaugurada a primeira sala de
videoaudiência do Estado.
A unidade fará a interligação entre o
Presídio do Complexo Penitenciário de Itajaí, em Canhanduba, e a 1ª Vara
Criminal da Comarca de Itajaí. A sala foi ativada, nesta terça-feira, 30/6.
A nova tecnologia evitará a necessidade de
deslocamento do apenado desde o presídio até a autoridade judicial no Fórum.
Além disso, tem outros aspectos positivos como economia e agilidade na
tramitação dos processos.
Na solenidade, foi assinado, ainda, entre a
Justiça Federal de Santa Catarina e a Secretaria de Estado da Justiça e
Cidadania, convênio de cooperação entre os órgãos para audiências criminais por
meio do sistema de videoaudiência na Penitenciária de Florianópolis, de São
Pedro de Alcântara, e Presídio de Itajaí.
Em caso de dúvidas, o réu pode conversar com
seu advogado reservadamente. O sistema também possibilitará ouvir testemunhas.
Os participantes na sala de audiência poderão visualizar as imagens da
testemunha e a imagem da própria sala onde estão os televisores.
A testemunha também visualizará a imagem da
sala de audiência e a imagem local, realimentada em televisores. Para isso, foi
montada estrutura com equipamentos e sala específica, tanto no presídio quanto
na sede do Fórum.
Fonte:
site governo de SC (Foto: Julio Cavalheiro)
quarta-feira, 24 de junho de 2015
Encontro para
formação de agentes da Pastoral Carcerária
Acontecerá neste final de semana o 1°
Encontro Estadual de Formação de Agentes da Pastoral Carcerária de SC.
O evento será na Casa de Formação São
Lourenço, em Mafra, entre 26 e 28 de junho.
Os interessados podem fazer contato com a
Nilza, no telefone (47) 3643-9005.
Não haverá custos com alimentação e
estadia, somente o valor da cartilha que será entregue no encontro, R$ 10.
Os participantes devem levar roupa de cama,
travesseiro, agasalhos e cobertor.
Será o 1° Encontro Estadual de formação
para novos e atuantes agentes da Pastoral Carcerária de SC.
terça-feira, 19 de maio de 2015
Justiça restaurativa
Facilitadores aprendem métodos de reconciliação
Voluntários
da Pastoral Carcerária participam de curso que visa ao perdão entre agressor e
vítima
Para incentivar a justiça restaurativa em
Santa Catarina, a Pastoral Carcerária ofereceu a segunda etapa de capacitação
da primeira turma de candidatos a facilitadores da Escola Perdão e
Reconciliação (Espere), na cidade de Mafra, entre 6 e 9 de maio.
A irmã Imelda Maria Jacoby, coordenadora da
Pastoral no Rio Grande do Sul, apresentou os módulos do programa Espere. Os 26
agentes da pastoral, das dioceses de Joinville, Chapecó, Florianópolis e Lages,
também recapitularam os fundamentos da justiça restaurativa apresentadas na
primeira etapa, realizada em outubro de 2013.
Espere é um processo pedagógico em que
participantes reinterpretam um acontecimento doloroso de seu passado, recente
ou antigo, para superar a dor e os sentimentos de rancor e vingança.
Os facilitadores guiam o grupo de até 20
pessoas em dois momentos. O primeiro é dedicado ao processo de perdão (seis
módulos) e o segundo, ao de reconciliação (quatro módulos).
Enquanto ainda não podem atuar como
facilitadores, os agentes “assumiram a missão de divulgarem em suas
comunidades, nos presídios, trabalho, escola e a praticar os ensinamentos
aprendidos no curso de fundamentos da Justiça Restaurativa”, explicou a agente
de comunicação da Pastoral, Aline Ribeiro de Mello.
Depois de concluírem a capacitação de
80h/aula, eles passarão por uma avaliação de perfil antes de receberem
habilitação de facilitadores do programa.
Esta é uma das estratégias adotadas pela
Pastoral Carcerária em apoio à Justiça Restaurativa, que consiste na mediação
do conflito entre vítima e ofensor. No mesmo ambiente, com segurança jurídica e
física, com auxílio de um mediador, ambos buscam uma solução aceitável para a
reparação dos danos causados.
A Conferência Nacional dos Bispos do
Brasil, em 2014, pediu, através de uma nota, que as autoridades levassem “a
sério a justiça restaurativa, proposta pela ONU, e a Escola de Perdão e
Reconciliação (Espere), defendida pela Pastoral Carcerária, como alternativas à
política de encarceramento em vigor no país”. Na ocasião, a entidade avaliou
que o sistema carcerário está falido e apontou a urgência de uma reforma.
Nova turma
Nova turma
A Pastoral Carcerária divulgou o início de uma nova capacitação do programa Espere. A primeira etapa está prevista para os dias 21 a 25 de outubro de 2015 em local a ser definido.
sexta-feira, 8 de maio de 2015
Preço da dignidade - Proposta a redução de pena como indenização em caso de superlotação
O ministro Luís
Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal, propôs nesta semana uma nova fórmula de indenização por danos morais em decorrência de superlotação
carcerária e de falta de condições mínimas de saúde e higiene nas prisões. Ele
sugeriu, em voto-vista, que o preso possa ser indenizado pelo Estado com a
redução de pena, em vez de receber indenização pecuniária.
Para o ministro,
a solução tem vantagens do ponto de vista carcerário e das contas públicas,
diminuindo a superlotação dos presídios e contribuindo para o ajuste fiscal
enfrentado pelos governos estaduais. Na visão de Barroso, a
indenização em dinheiro não resolve o problema, porque a dignidade humana foi
violada. O ministro propôs ainda os cálculos: um dia de redução para três de
cumprimento de pena em casos de violação grave. E remissão mínima de um dia
para cada sete de cumprimento penal em caso de violações mais brandas.
“A abreviação do
prazo para a extinção da pena possui um efeito ressocializador importante,
diminuindo o estigma que pende sobre o indivíduo que cumpre pena, tornando-o
menos vulnerável a abordagens policiais e facilitando o reingresso no mercado
de trabalho”, disse, ao julgar recurso extraordinário contra acórdão do
Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul.
No caso em
análise, que tem repercussão geral, o ministro entendeu que o Estado é
responsável por não garantir as condições necessárias para o cumprimento da
pena. Os ministros Teori Zavascki e Gilmar Mendes, no julgamento de 3 de
dezembro de 2014, votaram nesse sentido. A ministra Rosa Weber pediu
vista no julgamento desta quarta-feira.
Após o voto do
ministro Barroso, os ministros, com questionamento iniciado do presidente
Ricardo Lewandoski, debateram se a redução da pena se daria sobre a global ou a
máxima estabelecida em lei, de 30 anos. E também se, uma vez o preso
conseguir a redução da pena por causa de violação da dignidade humana, não
abriria a possibilidade dele futuramente entrar com ação civil contra o Estado
para pedir indenização pecuniária.
O
ministro Teori destacou que a medida proposta por Barroso traz questionamentos
por causa da inversão de natureza penal e civil da forma de indenização e que
isso poderia ferir o princípio da legalidade.
Fonte: Revista Consultor Jurídico (por Marcelo Galli)
quinta-feira, 7 de maio de 2015
STF lança projeto para
melhorar presídios
O presidente do
Supremo Tribunal Federal (STF) e do Conselho Nacional de Justiça (CNJ),
ministro Ricardo Lewandowski, lançou esta semana um projeto que busca melhorar
a situação carcerária do Brasil. Ao apresentar o Programa Cidadania nos
Presídios, Lewandowski criticou as condições das penitenciárias brasileiras e
lembrou que elas não cumprem as exigências internacionais.
"O
Judiciário não pode mais ficar de olhos fechados no que diz respeito às
péssimas condições em que se encontram os nossos presídios e, por via de
consequência, também os detentos. Nós estamos bem abaixo dos padrões
internacionais, inclusive os estabelecidos pela ONU (Organização das Nações
Unidas), no que diz respeito ao tratamento dos presos", disse o ministro.
De acordo com
Lewandowski, o Programa Cidadania nos Presídios terá três eixos. O primeiro
será a progressão de regime dos presos que adquirirem esse direito. O segundo
será garantir as condições físicas dos estabelecimentos prisionais, e o
terceiro, o acompanhamento do preso em sua reinserção na sociedade, quando ele
progredir de regime.
Segundo
levantamento feito pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ), há 711.463 presos
no Brasil, incluindo aqueles que têm prisão em regime domiciliar. Também
participam da iniciativa apresentada por Lewandowski a OAB, o
Ministério Público, a Defensoria Pública e os Executivos de cada local.
Fonte: Jornal O Globo
quinta-feira, 16 de abril de 2015
Unidade de saúde no Complexo da
Agronômica será inaugurado nesta sexta-feira
Será inaugurada, nesta sexta-feira,
17/4, a Unidade Básica de Saúde do Complexo Penitenciário da Agronômica, na
Capital.
A obra faz parte da Política Nacional
de Atenção Integral à Saúde das Pessoas Privadas de Liberdade no âmbito do
Sistema Único de Saúde (SUS).
Para viabilizar o atendimento aos
presos do Complexo da Agronômica, foi publicado o termo de adesão do município
à nova Política de Saúde. A meta é que até 2019 todas as unidades prisionais do
Estado com acima de 100 apenados tenham a estrutura médica própria com médico,
dentista, enfermeiro, psiquiatra, psicólogo, assistente social e técnicos.
Com a inauguração da nova Unidade
Básica de Saúde da Agronômica o atendimento dos mais de dois mil detentos
passará ser feito dentro da unidade penitenciária, e não mais nos postos de
saúde de Florianópolis. No prédio, de 366 metros quadrados, foram investidos R$
331,7 mil com recursos do estado e do governo federal.
Os profissionais que deverão atender a
unidade do Complexo da Agronômica são: um assistente social; um dentista, um
enfermeiro, um médico, um psicólogo, um psiquiatra ou médico com experiência
mental, um técnico de enfermagem, um técnico de higiene bucal, dois profissionais
de nível superior.
Informações da Secretaria de Estado da
Justiça e Cidadania - SJC
segunda-feira, 6 de abril de 2015
Pastoral recebe
homenagem da Assembleia Legislativa
A Pastoral Carcerária de
Florianópolis foi homenageada pela Assembleia Legislativa de Santa Catarina
pela trabalho de promoção da dignidade humana.
Uma placa foi entregue durante
Sessão Especial alusiva à Campanha da Fraternidade 2015, que tem como tema: “Fraternidade:
Igreja e Sociedade” e lema: “Eu vim para servir”.
A homenagem à Pastoral
Carcerária foi feita ‘por seu importante trabalho na evangelização e promoção
da dignidade humana, na busca pela inclusão social, contribuindo de forma
significativa para a garantia dos direitos humanos”.
Encontro estadual debate novas ações da
Pastoral
Trinta
representantes das 10 dioceses que compõem a Pastoral Carcerária no Regional
Sul 4 da CNBB, Santa Catarina, estiveram reunidos na Casa de Encontros Irmã
Jandira Bettoni, das Irmãs do Apostolado Paroquial, em Lages (SC), no final de
março.
Durante o dia, padres, religiosas, seminaristas e demais
agentes da Pastoral Carcerária refletiram sobre vários temas relevantes da
Pastoral Carcerária em Santa Catarina e no Brasil. Foi destacada a importância
em dar continuidade ao Curso de Justiça Restaurativa e se estabeleceu o
compromisso de organizar um curso de formação de novos agentes da Pastoral
Carcerária em nível de regional.
“Nesta reunião, refletimos sobre a importância de estarmos
atentos aos diversos sinais no dia-a-dia das nossas visitas: as dificuldades em
adentrarmos os diversos locais onde se encontram os detentos, celas, galerias,
pátio; as diversas queixas que chegam até nós com relação à saúde, alimentação,
maus-tratos, visitas; aquilo que vemos e que muitas vezes eles e elas não nos falam,
como o próprio ambiente, a realidade em que vivem, as condições desumanas que
se encontram. Enfim, até que ponto somos sinais de profecia no interior das
unidades prisionais? O que devemos fazer com todas as informações que chegam
até nós? Como levar essas informações até as autoridades e mesmo ao grande
público para que a informação se transforme em ação?”, questiona o Padre Almir
José Ramos, coordenador da Pastoral de Santa Catarina.
Ainda durante a reunião, houve a escolha de representantes
das diversas dioceses para as articulações sobre a questão da mulher presa,
saúde e comunicação. Também houve a despedida da Irmã Vilma, vice-coordenadora
regional, que foi transferida para o estado da Bahia.
Participação
na Conferência Nacional da Saúde
“Refletimos também sobre a importância de participarmos das
etapas municipais da 15ª Conferência Nacional da Saúde, pois entendemos que é
um espaço onde estaremos discutindo o tema saúde, com outras entidades e
organizações e nós da Pastoral Carcerária estaremos levando aquilo que temos,
sabemos, vemos e sentimos em nossa prática pastoral: a realidade da saúde no
sistema prisional, bem como lutando por acesso à saúde, com qualidade e
dignidade, das nossas irmãs e irmãos prisioneiros”, detalha Padre Almir.
Na reunião também ficou definido que a Pastoral será mais
atuante na Conferência da Juventude, juntamente com a Pastoral da Juventude, a
fim de continuar lutando contra o extermínio de jovens e para apresentar outras
bandeiras de lutas e resistências.
“Concluímos a reunião entusiasmados alegres e felizes,
certos de que a missão é longa, bela, na certeza de que o Senhor está conosco,
pois é Ele mesmo que nos aponta a direção a seguir dizendo-nos: ‘Eu vim para
Servir’ (Mc 10,45)”, conclui Padre Almir.
terça-feira, 24 de março de 2015
Unidade de Saúde na Capital vai atender 2 mil presos
Os mais de 2 mil
presos que estão no complexo prisional no bairro Agronômica, em Florianópolis,
terão atendimento de saúde em uma estrutura própria construída ao lado da
penitenciária.
A obra, ainda
não inaugurada, deverá colocar Florianópolis no mapa nacional da atenção
integral à saúde dos detentos. A Secretaria da Justiça e Cidadania (SJC) afirma
que os R$ 331,7 mil em recursos aplicados são do Estado e do governo federal.
Ainda há um
impasse que envolve a assinatura de um convênio para que o município faça parte
por meio da Secretaria Municipal da Saúde e que haja adesão ao Sistema Único de
Saúde (SUS). Hoje, os presos da Capital que precisam de serviços de saúde são
levados aos postos dos bairros Agronômica e Trindade.
O encaminhamento
será feito dentro do complexo, evitando deslocamentos pelas ruas e também
desafogará a demanda natural da rede pública. A SJC diz que o prédio tem 366
metros quadrados e conta com equipamentos adquiridos em parceria com o
Departamento Penitenciário Nacional (Depen).
Novidade
preenche demanda histórica
A unidade
contempla a Portaria 1/2014 dos ministérios da Saúde e Justiça sobre prevenção
estadual da saúde às pessoas privadas de liberdade. A lista de servidores
previstos inclui, por exemplo, médico, dentista, enfermeiro, psiquiatra,
psicólogo e técnicos.
O secretário
municipal da Saúde de Florianópolis, Carlos Daniel Moutinho, observa que a
unidade atende a uma demanda histórica de presos da Capital, questão já
abordada pelo Ministério Público de Santa Catarina (MP-SC).
Moutinho afirma
que ainda não está acordado o convênio com o município, que avalia a capacidade
financeira, destacando que a demanda também pode ser assumida pela Secretaria
de Estado da Saúde.
– É importante
essa estruturação, uma necessidade, porque os presos estão reclusos num espaço
de transmissão de doenças, há casos de tuberculose, hanseníase e doenças de
pele, por exemplo – alerta Moutinho.
Há unidades de
saúde que já atendem presos em Joinville, Jaraguá do Sul e Curitibanos. A meta
é que até 2019 todas as prisões tenham estrutura médica própria, pontua o
secretário-adjunto da Secretaria de Justiça e Cidadania, Leandro Lima.
Fonte: Diário Catarinense
sexta-feira, 13 de março de 2015
TJ suspende liminar que proibia revistas íntimas em presídios de SC
O
desembargador do Tribunal de Justiça de Santa Catarina Sérgio Roberto Baasch
Luz suspendeu, na quarta-feira, 18/3, liminar que proibia a revista íntima dos
visitantes nas unidades prisionais do Estado. Na semana anterior, as unidades prisionais
de Santa Catarina foram obrigadas a suspender as revistas íntimas consideradas
vexatórias.
O Tribunal de Justiça do
estado acatou uma ação da Defensoria Pública que considera que algumas práticas
– como mandar que a pessoa tire a roupa – ferem os direitos humanos.
A ação liminar deve ser
publicada nesta sexta no Diário da Justiça. Se a decisão for descumprida, o
estado pode pagar multa.
O secretário adjunto de
Justiça e Cidadania, Leandro Lima, afirmou que o Estado já vinha trabalhando na
substituição da revista íntima, mas que vai recorrer da liminar para pedir um
pouco mais de tempo.
Segundo Lima, em
fevereiro foi lançado um edital para aquisição de scanners corporais que
atenderiam, inicialmente, a 12 unidades prisionais catarinenses.
“O problema da decisão é
o tempo. Vamos precisar de mais 90 dias para cumprir os processos de licitação
e treinamento de pessoal”, disse o secretário adjunto.
Se o recurso não for
aceito, todas as visitas passarão a ser feitas por parlatório – quando o preso
e o visitante não têm qualquer contato físico.
Fonte: Site G1/SC
quarta-feira, 4 de março de 2015
Audiência de
custódio
Por João Marcos Buch*
Recentemente, houve, em São Paulo, o lançamento
do Projeto Audiência de Custódia, desenvolvido pelo Conselho Nacional de
Justiça (CNJ), em parceria com o Tribunal de Justiça de SP (TJ-SP). Pelo
projeto, por ora circunscrito à capital paulista, toda pessoa presa em
flagrante deverá ser apresentada à autoridade judicial no prazo de 24 horas.
Com isso, o Brasil começa a atender ao art. 9, item 3, do Pacto Internacional
de Direitos Civis e Políticos, e ao art. 7, item 5, da Convenção Interamericana
de Direitos Civis e Políticos, que já integram o ordenamento jurídico nacional
por força do disposto no art. 5º, §2º, da Constituição Federal.
A audiência de custódia, com a presença física
do juiz de Direito, do Ministério Público e do defensor, tem o objetivo de filtrar
com mais propriedade os casos de prisão provisória. Essa apresentação em curto
período de tempo, na ótica do projeto, permitirá ao juiz o contato pessoal com
o preso como método de melhor pautar as providências previstas no art. 310 do
Código de Processo Penal. Ou seja, conceder liberdade no aguardo do processo e
julgamento (regra) ou manter a prisão em flagrante, convertendo-a em preventiva
(exceção).
Além disso, na fala do presidente do STF e do
CNJ, Ricardo Lewandowski, o ato será um forte instrumento de combate à tortura.
O Brasil tem, hoje, cerca de 600 mil presos, dos quais 40% são provisórios. Ou
seja, 240 mil detentos no país não têm culpa formada, não tiveram ainda a
chance de ser apresentados a um juiz. Tudo em detrimento ao princípio constitucional
da presunção de inocência. Há tempos, países europeus realizam a audiência de
custódia. Aqui, na América Latina, temos o Chile, o México, a Colômbia e a
Argentina como exemplos de nações que já a incluíram em seus ordenamentos.
A iniciativa do CNJ e do TJ-SP, além de,
finalmente, fazer cumprir o disposto no Pacto Internacional de Direitos Civis e
Políticos e na Convenção Americana de Direitos Humanos, é mais um passo para
colocar a prisão provisória no seu devido lugar: uma exceção, jamais uma regra.
Um pequeno passo, uma grande conquista. O Estado democrático de direito
agradece. A iniciativa é mais um passo para colocar a prisão provisória como
exceção, jamais uma regra.
*Juiz de Direito da
Vara de Execuções Penais e corregedor do sistema prisional da Comarca de Joinville-SC
(Artigo publicado no
Diário Catarinense, em 3/3/2015)
sexta-feira, 20 de fevereiro de 2015
Prática da Justiça Restaurativa se expande nos
tribunais brasileiros
Em funcionamento há cerca de 10 anos
no Brasil, a prática da Justiça Restaurativa tem se expandido. Conhecida como
uma técnica de solução de conflitos que dá preferência à criatividade e
sensibilidade na atenção às vítimas e ofensores, a prática tem iniciativas cada
vez mais diversificadas e já coleciona resultados positivos.
Em São Paulo, a Justiça Restaurativa
tem sido utilizada em dezenas de escolas públicas e privadas, auxiliando na
prevenção e no agravamento de conflitos. No Rio Grande do Sul, juízes aplicam o
método para auxiliar nas medidas socioeducativas cumpridas por adolescentes em
conflito com a lei, conseguindo recuperar para a sociedade jovens que estavam
cada vez mais entregues ao caminho do crime.
No Distrito Federal, o programa é
utilizado em crimes de pequeno e médio potencial ofensivo, além dos casos de
violência doméstica. Na Bahia e no Maranhão, o método tem solucionado os crimes
de pequeno potencial ofensivo, sem a necessidade de prosseguir com processos
judiciais.
Pioneiro na implantação do método, o
juiz Asiel Henrique de Sousa, do Tribunal de Justiça do Distrito Federal explica
como funciona essa prática e compartilha alguns bons resultados da aplicação da
Justiça Restaurativa no Distrito Federal.
Leia a entrevista com o juiz Asiel de
Sousa:
O que significa Justiça Restaurativa?
Costumo dizer que Justiça
Restaurativa é uma prática que está buscando um conceito. Em linhas gerais
poderíamos dizer que trata-se de um processo colaborativo voltado para
resolução de um conflito caracterizado como crime, que envolve a participação
maior do infrator e da vítima. Surgiu no exterior, na cultura anglo-saxã. As
primeiras experiências vieram do Canadá e da Nova Zelândia e ganharam
relevância em várias partes do mundo. Aqui no Brasil ainda estamos em caráter
experimental, mas já está em prática há dez anos. Na prática existem algumas
metodologias voltadas para esse processo. A mediação vítima-ofensor consiste
basicamente em colocá-los num mesmo ambiente guardado de segurança jurídica e
física, com o objetivo de que se busque ali um acordo que implique na resolução
de outras dimensões do problema que não apenas a punição, como, por exemplo, a
reparação de danos emocionais.
Quem faz a Justiça Restaurativa?
Não é o juiz que faz a prática, e sim
o mediador que faz o encontro entre vítima e ofensor e eventualmente as pessoas
que as apoiam. Apoiar o ofensor não significa apoiar o crime, e sim apoiá-lo no
plano de reparação de danos. Nesse ambiente se faz a busca de uma solução que
seja aceitável. Não necessariamente o mediador precisa ter formação jurídica,
pode ser por exemplo uma assistente social.
Leia matéria completa em: http://www.conjur.com.br/2015-jan-05/pratica-justica-restaurativa-expande-tribunais-brasileiros
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